
NOTA BIOGRÁFICA
Lígia Bastos, filha do escritor Dário Bastos, nasceu e vive no Porto.
Publicou artigos crónicas, contos e poesia em vários jornais e revistas ao longo da sua vida.
Foi sócia da associação de jornalistas e homens de letras no Porto.
Fundou o teatro a “Prata da Casa”, na Escola EB 2.3. de Rio Tinto, onde foi professora.
É também uma das fundadoras do grupo dramático “Às Três Pancadas”.
“Mar” o seu primeiro livro de ficção publicado, com o elogio de Jorge Amado, esgotou rapidamente.
“Albertinho e Sua Avó” é a estreia literária no domínio infantil, desta feita publicado sob a chancela da Papiro Editora e com ilustrações de Joana Macedo.
APRESENTAÇÃO
O Albertinho é um rapazinho inteligente, tem bom coração, mas, às vezes, esquece-se e faz muitas tolices.
É traquina e porta-se muito mal e é gordinho porque teima em comer lambarices.
Tem uma carinha redondinha e bonita, olhos grandes, castanhos, marotos e muito expressivos. O cabelo também é castanho, curtinho e espetado, faz lembrar um ouriço –cacheiro.
Os seu pais vivem e trabalham muito longe, para lá de muitos mares, por isso o Albertinho vive com a avó Maria, que o ama com todas as forças do seu coração.
E… tudo correria bem, não fossem as traquinices e teimosias do nosso rapazinho, que causam tantas dores de cabeça e nervinhos à sua avó.
APRESENTAÇÃO DO LIVRO
É com muito gosto que a Carmina Galeria recebe a escritora Lígia Bastos e o seu livro de Conto Infantil – Albertinho e sua Avó
Albertinho e a sua avó são, de facto, o mote de um mundo de fantasia que à sua volta gravita. A autora entra na perfeição no imaginário personificado, diria por vezes, surrealista, dos seus intervenientes: o Senhor Peixe-Espada Preto, o seu namoro e respectivo casamento; o Grilo do Sr. Grílio, que assim se chamava por não pronunciar correctamente a palavra “grelos” que ele de facto vendia bem fresquinhos na sua loja; a família da Gripe: pai Gripão, mãe Gripada e o filho Virosinho, afamado cantor de Rap; o mundo dos dragões e da origem dos vulcões; o Universo das Bruxas e o fabuloso colégio interno do Pirata Pilha e do seu Papagaio Figueiredo, de onde os meninos maus que entravam, saíam bons e bem comportados.
Julgo que este livro, apesar da boa dose de humor e imaginação, pretende falar de educação e dos desafios que se colocam aos, pais, professores, etc.. Ele pretende ser, ao mesmo tempo, uma apologia das famílias das sociedades modernas e, sobretudo, do papel dos avós – âncoras de vida para muitos netos: a sua dedicação, o seu tempo milagroso, a sua capacidade de fantasia contrastam com todos nós, trabalhadores apressados, compulsivos e por vezes distantes. Acabamos por ser todos pais de um Albertinho qualquer, que se apressa a fazer birras para chamar a sua merecida atenção e que, nem por isso, deixa de ganhar a cumplicidade do leitor. – (Somos fruto de uma sociedade invertida nos valores e nas referências daquilo que verdadeiramente interessa – as crianças).
Este Albertinho traquinas, mas de bom coração é um menino igual a muitos outros, não fora a sua condição de metáfora (grito libertador) de um pouco de todos nós.
Assunção Gil de Melo, para a autora Lígia Bastos,
Carmina Galeria, 12 de Maio de 2007.
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